Acesso equitativo a cuidados e tratamento do câncer, um grande desafio para a saúde na América Latina

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Acesso equitativo a cuidados e tratamento do câncer, um grande desafio para a saúde na América Latina

Cristóbal Thompson
Diretor Executivo
Associação Mexicana das Indústrias de Pesquisa Farmacêutica (AMIIF)

Falar sobre saúde é referir-se a uma das principais necessidades dos seres humanos e um fator-chave para a produtividade das nações e o bem-estar de indivíduos e famílias. A saúde é uma oportunidade e um desafio que compartilhamos na América Latina, especialmente quando se trata de doenças com alto impacto na vida, como o câncer.

De acordo com um registro da Globocan, na América Latina e no Caribe temos um total estimado de 1,5 milhão de novos casos de câncer e 700 mil mortes por ano. [1]

Embora seja verdade que, graças à inovação farmacêutica, os pacientes aumentaram significativamente sua expectativa e qualidade de vida, o desafio que compartilhamos na região é que as pessoas tenham acesso à inovação, de maneira equitativa em todos os países, quando precisarem.

Por esse motivo, durante a Semana de Inovação 2023, que a AMIIF realizou em conjunto com a FIFARMA, realizamos o painel "Superando desafios no cuidado do câncer", com a participação de representantes de organizações civis do México, Argentina e Colômbia.

Desafios e soluções compartilhados

Na América Latina, a falta de comunicação e colaboração, bem como a fragmentação dos sistemas de saúde, são algumas das barreiras que impedem a continuidade do atendimento aos pacientes, que não chegam ao especialista no momento oportuno.

No caso específico do México, enfrentamos desafios como a detecção tardia do câncer; cerca de 70 a 80% de todos os cânceres são diagnosticados em estágios avançados, o que torna o tratamento mais caro e diminui a expectativa de recuperação dos pacientes.

Além disso, a volatilidade política também afeta a abordagem do câncer e tem um impacto na falta de continuidade das políticas públicas voltadas para o tratamento do câncer. Por esse motivo, é importante focar em marcos regulatórios ou legislações que garantam a sobrevivência de programas e planos para o tratamento dessas doenças.

De acordo com os especialistas, outros grandes desafios que a região enfrenta em termos de atendimento ao câncer são a desigualdade, a falta de informações precisas para confirmar os resultados e, portanto, ter diagnósticos precisos, bem como a qualidade dos processos.

Um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) é reduzir a mortalidade por meio de políticas públicas abrangentes e universais. Se considerarmos que 33% da mortalidade se deve a doenças não transmissíveis, como o câncer, temos o desafio de ter planos robustos para o tratamento dessa doença. No México, por exemplo, precisamos de um Plano Nacional que preencha a lacuna entre as necessidades dos pacientes e o atendimento que eles recebem.

Por meio da conscientização, devemos trabalhar como uma região para obter o diagnóstico precoce e reduzir o tempo de prescrição do tratamento.

Em nossa região, é prioritário focar no uso de leis como ferramentas eficazes, sustentáveis e praticamente irreversíveis para o controle dessa doença e a redução da mortalidade. Da mesma forma, o compartilhamento de informações sobre as melhores práticas na região nos levará a fechar um círculo virtuoso de colaboração, em que o paciente esteja no centro de todos os esforços.


[1] Tendências na epidemiologia do câncer na América Latina e no Caribe. Dados do Globocan 2020. https://www.fundacionfemeba.org.ar/blog/farmacologia-7/post/tendencias-de-la-epidemiologia-del-cancer-en-america-latina-y-el-caribe-50191

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